Dr. Amaury esclarece dúvidas sobre a Febre Amarela
A Febre Amarela é uma doença viral aguda transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Basicamente, com duas formas existentes, a mais conhecida é a Febre Amarela Urbana. E, neste começo de 2017, ela vem afetando diversas regiões dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Por isso, conversamos com o Dr. Amaury Mielle, Infectologista do HSC Blumenau, para esclarecer algumas dúvidas e formas de como se prevenir.
Qual a diferença entre os dois tipos da Febre Amarela?
Febre Amarela Silvestre: em que mosquitos destas regiões se infectam picando macacos com a doença. Dessa forma, podem transmitir a um humano que visite este local.
Febre Amarela Urbana: em que um humano infectado anteriormente pela Febre Amarela Silvestre a transmite para mosquitos urbanos, como o Aedes aegypti, que a espalham.
Qual a diferença da Febre Amarela em relação às outras doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti?
Dr. Amaury: “O quadro clínico inicial é muito semelhante às outras doenças (dengue, zika e chikungunya) com febre, dor de cabeça e dores pelo corpo. Contudo, a atenção à Febre Amarela reside na possibilidade de haver comprometimento do fígado e do sistema de coagulação. Assim, podem haver distúrbios hemorrágicos”.
Quando devemos tomar a vacina da Febre Amarela e com que frequência?
Dr. Amaury: “A vacina é indicada para quem irá viajar para localidades onde estejam ocorrendo casos confirmados (no momento Minas Gerais e Espírito Santo). A vacina deve ser aplicada com no mínimo 10 dias antes da data da viagem para garantir a proteção dos anticorpos. A imunidade induzida pela vacina dura por no mínimo dez anos (existe possibilidade de proteção de até 30 anos)”.
Existem motivos para a preocupação com a doença em Santa Catarina ou no Vale do Itajaí neste momento?
Dr. Amaury: “Sim. Diante do fato de que temos focos do mosquito Aedes aegypti em nosso estado, a possibilidade de que tenhamos casos contraídos em Santa Catarina é plenamente possível”.
Quais os principais sintomas da Febre Amarela?
Dr. Amaury: “O quadro clínico é geralmente febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, dores articulares e, em situações clássicas o desenvolvimento de icterícia (amarelão nos olhos) podendo haver manifestações de hemorragias”.
O que fazer para tomar a dose da vacina?
Dr. Amaury: “A vacina está disponível nos Centros de Saúde e deve ser indicada pelo médico. Também deve se levar em consideração, neste momento, a exposição epidemiológica do Brasil. Por enquanto só devem ser vacinados aqueles indivíduos que estiverem viajando para áreas onde a epidemia esteja em ocorrência”.
Quais as prevenções possíveis em relação à doença?
Dr. Amaury: “A vacina é o melhor método de proteção. Mas o combate ao mosquito também é fundamental”.