Cesárea ou parto normal?
Cesárea ou parto vaginal (normal)? O que é mais seguro para o bebê? E para a mãe? Foram meses de espera e preparação. Cada detalhe foi visto e revisto mil vezes para garantir que tudo transcorra bem e seja o momento mais feliz da vida do casal. Um momento único e, claro, cercado de dúvidas. Cesárea ou parto vaginal (normal)? Esse é um assunto que mobiliza não apenas as gestantes, mas também os profissionais da área de saúde, afinal, nem tudo é só uma questão de escolha.
De acordo com o obstetra Dr. Jacy Bruns do Hospital Santa Catarina de Blumenau, é impossível prever qual o melhor tipo de parto sem fazer uma avaliação séria do desenvolvimento da gravidez. “Não existe uma fórmula pronta para indicar o tipo de parto mais seguro. A decisão entre um procedimento e outro precisa ser individualizada e baseada em uma série de fatores”, explica.
Para Dr. Bruns, parto seguro é aquele que ocorre dentro de uma normalidade pré-estabelecida e tem, durante todo o trabalho de parto, o acompanhamento de um obstetra, que identifica e intervém em caso de alterações que podem comprometer a saúde da mãe ou do recém-nascido. “Os riscos existem tanto para o parto normal quanto para a cesárea. Daí a importância de adotar a conduta correta, ou seja, parto adequado”, afirma Dr. Bruns.
Parto vaginal x Parto cesáreo
Qual a melhor opção? É impossível responder a essa questão sem avaliar as condições clínicas da gestante. Desde que se tenham indicadores para uma tomada de decisão, o tipo de parto pode ser definido em qualquer momento. “É arriscado demais basear-se apenas em estatísticas para definir o que é melhor para a mãe e o bebê. Somente o médico pode avaliar as condutas e interferir no trabalho de parto”, alerta o obstetra.
Segundo Dr. Bruns, o parto vaginal, também chamado de parto normal, em pacientes saudáveis, aptas e convenientemente preparadas e orientadas sobre as diversas etapas do parto é uma excelente opção. Do mesmo modo que a cesárea é perfeita nos casos de descolamento de placenta, posição inadequada do feto, problemas de hipertensão grave, entre outras contraindicações. “Se o médico indicar a cesárea e a paciente confiar no profissional escolhido, é ele, em comum acordo com a paciente, que deve decidir o procedimento mais adequado”, afirma o obstetra.
“Qualquer intercorrência durante o trabalho de parto pode determinar uma mudança de conduta e resultar em um procedimento diferente. O objetivo é garantir a segurança da paciente e do bebê”, completa Dr. Jacy. Por isso, é primordial optar por um médico habilitado e um Hospital com um suporte de UTI Neonatal e Pediátrica, UTI Adulto e uma equipe pronta para atuar nas adversidades.
Cesárea x mundo moderno
Ao longo dos anos as coisas mudaram muito. Enquanto que há muitos anos, as mulheres optavam por casar e ter filhos antes dos 30 anos, hoje a prioridade é se firmarem profissionalmente, terem sua casa própria e só então, pensar em ter filhos. “Naquela época, mulheres a partir de 28 anos e que teriam o seu primeiro filho eram sérias candidatas a cesárea. O parto normal para essas pacientes era exceção”, adverte o obstetra.
Segundo ele, na época, todas as pacientes que iam para a Maternidade já sabiam que teriam que tentar o parto normal, que a duração do trabalho de parto seria de algumas horas e que consequentemente a cesárea só seria executada quando fossem esgotadas todas as possibilidades.
Foi então, que com o passar dos anos e a evolução dos métodos diagnósticos a mulher ganhou mais autonomia para optar entre um procedimento e outro, desde que não colocasse em risco a própria vida ou do recém-nascido. Isso tudo fez aumentar o número de cesáreas, o que não demorou muito para torná-la a vilã da história.
Na opinião do obstetra, independentemente do procedimento escolhido, é importante ressaltar que nenhum deles é menos ou mais humanizado. “O parto humanizado é aquele em que a assistência à gestante é integral. É aquele em que a futura mamãe recebe informações sobre cada etapa do trabalho de parto e quais as condutas e posturas a serem realizadas para minimizar o desconforto e a dor. Muito diferente da violência obstétrica, que é toda forma de atendimento desumano, sem a participação da paciente nas decisões”, ressalta.
Conclusão
Falar em melhor opção de parto é algo muito delicado, principalmente quando o assunto é tratado de forma generalizada. Um ser humano é muito diferente do outro e, consequentemente, as gestações também. Sendo assim, se você ainda está em dúvida, se tem pavor de parto normal ou se é contra a cesárea, a dica é a mesma: procure um médico que seja da sua confiança e converse abertamente com ele sobre os seus medos e preferências. Faça isso quantas vezes achar necessário. Se for preciso, procure outro médico, o importante é sentir-se segura e confiante para juntos decidirem o que é melhor para você e para o novo membro da família.
Texto: Fabiane Moraes