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Alzheimer: quando os pais viram filhos

Será Mal de Alzheimer? De uma hora para outra você percebe que a pessoa que você mais ama na vida não é mais a mesma. As lembranças já não fazem mais parte da sua rotina. Logo, os momentos de lucidez se tornam cada vez mais raros. E, sem que você se dê conta, essa pessoa tão importante não consegue executar sozinha nem mesmo as tarefas simples do a dia a dia.

Aí, do dia para noite, é como se o mundo desabasse e aquela pessoa feliz, forte, independente, que te dava conselhos, ficasse dependente dos seus cuidados para tudo, tudo mesmo. Mas o que aconteceu? Aconteceu que ela foi acometida pelo Mal de Alzheimer, uma doença degenerativa, sem cura e sem causa definida, como explica o neurologista, Dr. Jaques Essig.

“O Mal de Alzheimer é uma doença degenerativa, caracterizada por múltiplos déficits cognitivos causados pela atrofia cerebral que, por sua vez, é causada pela degeneração dos neurônios que comprometem a vida ocupacional e social do paciente”. 

Contudo, de acordo com o geriatra Dr. Roberto Esmeraldino, é possível controlar a evolução da doença e retardar o processo de desaprendizado. “Quanto antes for feito o diagnóstico, maiores as chances de controlar os sintomas e oferecer mais qualidade de vida para pacientes e familiares”, enfatizou.

Diagnóstico 

Nos dias de hoje é muito difícil lembrar-se de tudo, em especial, num mundo movido por senhas, códigos, números de telefone. Assim, ao longo dos anos, é natural que o cérebro dê indícios de que está se aposentando.

Mas até aí, um bom bloco de anotações resolve. O maior problema, porém, é encontrar em meio a esse monte de memórias falhas, o que é e o que não é grave, como é o caso do Alzheimer.

Por isso, segundo Dr. Esmeraldino, é preciso observar as queixas do paciente de maneira minuciosa. Só, assim, é possível diagnosticar o Mal de Alzheimer.

“Inicialmente percebe-se dificuldades para se lembrar de informações recentes, a famosa memória de curto prazo. Àquela que utilizamos no dia a dia para lembrar onde guardamos os objetos, o que fomos buscar no mercado… Essas coisas que, para quem tem boa memória, parecem óbvias”, destacou.

Depois, o quadro vai evolui e, além de alterações nas memórias antigas, ocorre as mudanças no comportamento. Distúrbios de linguagem, sintomas depressivos, insônia, delírios e alucinações podem acontecer nas fases mais avançadas. Por fim, podem ocorrer, também, os fenômenos motores, como a dificuldade para caminhar, se vestir, comer com talheres, entre outras atividades prejudicadas pelo avanço da doença.

Desse modo, segundo Dr. Jaques, o diagnóstico é feito através do quadro clínico do paciente, que pode ser completado por testes neuropsicológicos e exames de imagem como Ressonância Magnética de crânio.

“Esse exame avalia a atrofia do cérebro e mais especificamente do hipocampo – região de grande importância no funcionamento da memória, auxiliando no diagnóstico. A confirmação definitiva, no entanto, só é feita através da necropsia”, explica o neurologista.

Tratamento                                                

Para controlar a doença, após o possível diagnóstico, existe na opinião do Dr. Esmeraldino, dois tipos de tratamento:

  • Medicamentoso – Ingestão de remédios inibidores da colinesterase, enzima responsável pela destruição da acetilcolina, o neurotransmissor responsável pelas atividades cerebrais normais;
  • Não medicamentoso – Adequação do ambiente às novas condições físicas do paciente, auxílio de terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e psicólogo, cuidados com a alimentação e higiene pessoal, além de estímulos à integração social do paciente com o mundo;

Reconhecendo os sintomas de Alzheimer:

Sintomas de Alzheimer:
Inicial ou leve; moderado; tardia ou grave.

O avanço da doença

A doença chega devagar. Assim, sem que as pessoas se deem conta, começam a esquecer onde colocaram as chaves do carro, o significado de algumas placas até não se lembrarem do caminho de volta.

As mudanças são drásticas. É preciso força para enfrentar a doença.  “Conviver com o Alzheimer é um grande desafio. Requer muito amor, empenho e paciência. Pessoas, nessa condição, precisam de atenção, carinho e afeto. Precisam de estímulo para fazer as tarefas do dia a dia. Assim como, auxílio para comer, tomar banho e se vestir, nas fases mais avançadas”, constatou Dr. Jaques.

Daí em diante, conforme o geriatra, é apelar para consciência. É entender que o paciente não tem a doença porque quer e, sim, porque foi afetado por ela. “É conhecer a doença, as suas fases e sintomas. Compreender que, acima de tudo, existe um ser humano que precisa de cuidado e atenção.

Xô, Alzheimer!

Em primeiro lugar, invista em uma vida ativa. Evite cigarros e bebidas alcoólicas, pratique atividades físicas, alimente-se bem e faça consultas de rotinas a fim de avaliar a pré-disposição genética. Exercite, também, a memória: leia livros. Em suma, dedique-se a uma vida saudável.

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